Previdência traz o povo progressista e de esquerda de volta às ruas

24/03/2019 - 16:47 - Gerais

Compartilhe:
Previdência traz o povo progressista e de esquerda de volta às ruas

 

Dá para ganhar essa. É possível derrubar a proposta de contrarreforma da Previdência feita pelo governo federal. Essa sensação, a de que o jogo não está perdido, é seguramente um dos efeitos provocados pelo ato que encerrou, na noite de ontem, na Avenida Paulista, o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, convocado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais.


14 dias depois das manifestações do 8 de Março, os atos realizados na última sexta-feira, em mais de 120 cidades brasileiras, fazem parecer que o período de ressaca pós-eleição está sendo superado. Talvez em velocidade menor do que a brusca queda de popularidade do governo nas pesquisas, mas o fato é que a insatisfação popular vai se organizando nas ruas.


O início do ato na Paulista estava marcado para as 17 horas. Mais ou menos neste instante, chamava a atenção e balançava pés e quadris o samba-enredo da campeã Mangueira, propagado pelo único carro de som postado diante do Masp: “Brasil, meu nego/Deixa eu te contar/A história que a história não conta/O avesso do mesmo lugar/Na luta é que a gente se encontra/Brasil, meu dengo”.


Não foi o único momento em que o Carnaval 2019 deu as caras ali na avenida. Por volta de oito da noite, enquanto lideranças sindicais e partidárias vociferavam críticas ao presidente da República e aos projetos do atual governo, os 70 mil presentes – segundo estimativas dos organizadores do ato – entoaram uma sonora sequência de “Ei, Bolsonaro, vai tomar no c...”, repetindo o que haviam feito foliões por todo o Brasil durante a festa de Momo.


Em meio à fumaceira exalada das barracas de churrasquinho, à oferta de bebidas em caixas de isopor e sob um céu de chumbo que resolveu não desabar naquele fim de tarde, frustrando os ambulantes que vendiam  capas e guarda-chuvas, nesse embalo os dirigentes que se revezavam ao microfone vaticinaram: se o governo insistir em querer aprovar a proposta que muda as regras das aposentadorias e afetam o sistema de Seguridade Social como um todo, vai ter greve geral no Brasil.

 

 

Créditos: Sérgio Silva