UMA POR DIA... A decisão de acabar com o São João de Patos ainda repercute

09/05/2019 - 13:20 - Opinião

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UMA POR DIA... A decisão de acabar com o São João de Patos ainda repercute

Foto divulgação (Internet)

 

Repercute, em toda a Paraíba, o cancelamento das grandes atrações do São João de Patos 2019. Mas a quem pertence o São João? O São João não é das prefeituras, mas dos municípios.

 

 O São João não tem prefeito.

 

 Antigamente, todo mundo era dono do seu próprio "arraiá"; as famílias improvisavam a festa em seus terreiros, sob as bençãos dos Santos juninos.

 

 Até que alguém viu naquilo uma oportunidade de angariar votos, e usando a justificativa de incrementar a economia e promover a geração de emprego e renda, colocou a festa no plano de governo e depois no calendário turístico de eventos da cidade.

 

 Agora, diz que não quer mais; que não tem patrocínio. E não há mais "circo".

 

 Imediatamente, as opiniões ficaram divididas entre os que apoiavam o cancelamento e os que defendiam que a festa deveria acontecer.

 

 Ambos têm razão, estranhamente, não apenas pelos argumentos justos, mas porque ninguém é contra o São João. As pessoas não querem que a festa acabe; mas que aconteça sem que haja uma farra com o dinheiro público. 

 

 Na administração municipal, tudo é obrigação; os gestores analisam onde perdem mais e onde perdem menos. A prefeitura achou que cancelar o evento foi a decisão mais acertada;

 

 Eu já acho que o São João é viável.

 

 A captação de recursos junto à iniciativa privada e aos órgãos federais de incentivo à cultura nunca foram suficientes (?).

 

 E dizer que pode faltar para investimentos na saúde e educação é atestar que a festa é paga com dinheiro "azul e branco", além do que autoriza a Câmara de Vereadores.

 

 Será que esse formato não esteve sempre equivocado? Que essa competição de quem faz o melhor São João não atrapalhou? Que subjugar as identidades sepultando os costumes de um povo, não foi ridículo?

 

 Se há um culpado pela não realização do São João, somos todos nós.

 

 Foi alardeado que, este ano, faltavam R$ 500 mil para fechar o orçamento. Sabemos que muito mais que isso retorna aos cofres públicos através da arrecadação de impostos, nesse período.

 

 Houve, ainda, a justificativa de que pode faltar para investimentos de infraestrutura; e que os salários dos servidores estão atrasados. 

 

 Mas pode-se tirar de onde não tem?

 

 Não acabem com o São João, acabem com os vícios; não reformulem a festa, mudem a si mesmos; não superfaturem o evento, sejam justos com o erário; não ignorem os custumes, respeitem as tradições.

 

 

Misael Nóbrega de Sousa