Senadores da Paraíba evitam opinar sobre indicação de filho de Bolsonaro para embaixada

19/07/2019 - 16:10 - Política

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Senadores da Paraíba evitam opinar sobre indicação de filho de Bolsonaro para embaixada

Eduardo Bolsonaro

 

Só um dos três senadores da Paraíba tem opinião formada sobre a possibilidade de indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos. A ideia tem sido defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Veneziano Vital do Rêgo, do PSB, é contra. Ele disse ser um “despropósito e um desrespeito com a carreira diplomática e a todos que se preparam para a diplomacia.


Os outros dois senadores paraibanos, Daniella Ribeiro (PP) e José Maranhão (MDB) evitaram se posicionar sobre o assunto. Ambos disseram que só vão se manifestar se Eduardo for de fato indicado e a matéria chegar para a apreciação do Senado.


Enquanto isso, senadores de diferentes partidos querem “constranger politicamente” a indicação do filho de Bolsonaro para a embaixada e toma corpo um movimento para que os senadores abram seus votos, no microfone, e exponham sua posição caso efetivamente o nome de Eduardo seja submetido ao Senado.


De acordo com a Constituição Federal, a votação para escolha de embaixadores é secreta. O artigo 52 diz que compete ao Senado “aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente”.


Sobre a polêmica, a Associação dos Diplomatas Brasileiros emitiu uma nota pública que pode ser conferida abaixo:


“A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) recorda que, atualmente, mais de 1.500 diplomatas representam o País e defendem os interesses nacionais nas embaixadas, consulados e delegações junto a organismos internacionais, além de trabalharem em diversos órgãos do governo federal — inclusive na Presidência da República -, nos quais se encontram, hoje, mais de sessenta diplomatas cedidos.


Os diplomatas atuam em questões fundamentais nas áreas cultural, ambiental, econômica, comercial, proteção e defesa dos direitos humanos, cooperação, paz e segurança internacionais, dentre outras.


Iniciamos a carreira com uma formação ampla e consistente, por meio de um dos concursos mais rigorosos da administração pública, proporcional às exigências da atuação que precisamos ter dentro e fora do País.


Embora ciente das prerrogativas presidenciais na nomeação de seus representantes diplomáticos, a ADB recorda que os quadros do Itamaraty contam com profissionais de excelência, altamente qualificados para assumir quaisquer embaixadas no exterior.


Há mais de 100 anos os diplomatas brasileiros têm a construção da imagem e do desenvolvimento do País como seu objetivo maior, pelo qual norteiam, todos os dias, o seu desempenho. Esse é o papel para o qual foram e continuam sendo diligentemente treinados e preparados.

 


Associação dos Diplomatas do Brasil