Orgulho por Jô no Corinthians e lamento sobre Dudu: presidente abre o jogo

01/02/2018 - 22:51 - Esportes

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Orgulho por Jô no Corinthians e lamento sobre Dudu: presidente abre o jogo

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A contratação de Dudu pelo Palmeiras no primeiro ano de gestão de Roberto de Andrade, em 2015, nunca foi bem digerida pelo presidente do Corinthians.

A dois dias de passar o bastão para o próximo mandatário, que será escolhido pelos sócios no sábado, em eleição no Parque São Jorge, Roberto recebeu a reportagem do GloboEsporte.com em sua sala e, em uma hora de papo, fez um balanço da gestão.

Na primeira parte da entrevista, Roberto falou sobre frustrações e alegrias – a segunda parte você confere na manhã de sexta-feira.

Ao ser questionado sobre o jogador que ele mais lamenta de não ter contratado nesses três anos de mandato, Roberto citou o palmeirense.

– Dudu foi um jogador que eu gostaria muito que tivesse ficado conosco – disse, dois dias depois de Andrés Sanchez, candidato da situação, dizer que o meia-atacante "tem a cara do Corinthians".

– Ele ficou muito próximo do Corinthians. Foi o Mário (Gobbi) que não quis. Não foi nem que não teve dinheiro. Falam de chapéu, mas o Palmeiras não deu chapéu em ninguém. O Mário não quis. E não tiro a razão. É a mesma coisa de chegar hoje, nos meus últimos dias de gestão, aparecer um negócio e eu ter que assinar comprometendo o futuro, com um valor incerto. Também ficaria na dúvida – afirmou o presidente.

Dudu foi alvo do Corinthians na reta final da gestão Mário Gobbi, no início de 2015. Disputado também pelo São Paulo, o atacante fechou com o Palmeiras. Na ocasião, o rival pagou cerca de 3 milhões de euros por 50% dos direitos dele, que pertencia ao Dínamo de Kiev, da Ucrânia.

Nesta semana, depois das declarações de Andrés Sanchez, Dudu reafirmou seu carinho pelo Palmeiras e descartou a chance de ainda defender o Corinthians.

 

Maior acerto

 

Se acha que podeira ter feito mais no caso Dudu, Roberto de Andrade se orgulha de uma contratação da qual poucos botavam fé. Jô, que retornou ao Timão no fim de 2016, foi o artilheiro da equipe em 2017 com 25 gols e acabou sendo negociado com o futebol japonês em dezembro.

– Como diretor e presidente fiz grandes contratações. Mas a que mais me deu orgulho, por ter sido muito contestada, foi a do Jô. Quase ninguém acreditava. Questionamentos internos. Por que paga tanto? Por que isso? Por que aquilo? – recordou o dirigente, que foi bombardeado na época.

– A ideia da contratação foi minha, por isso tenho tanto orgulho. E não porque vendeu por muito ou porque ele foi artilheiro, mas porque nos ajudou muito – completou o dirigente.

Veja mais trechos da entrevista:

 

Henrique Dourado

 

– Nós temos que pesar custo-benefício. O valor que o Fluminense queria, o valor de salário e mais luvas, na minha opinião o jogador não vale. Ele é bom jogador? Bom jogador. Mas a soma não valia. Nós temos que ter coerência. Mas não fiz proposta nenhuma para o Fluminense, se falarem é mentira. Fiquei sabendo dos valores, que não nos agradaram.

 

Aceitaria a volta de Guerrero

 

– Eu não tenho que aceitar (a volta dele) ou não. É questão financeira. O Corinthians pode pagar? É lógico que é um grande jogador. Mas isso não saiu em lugar nenhum, vocês da imprensa têm tempo para ficar pensando nessas coisas. É que vai acabar o contrato dele no Flamengo e vocês já ficam falando.

– Ele não saiu de maneira ruim do Corinthians. Queria um salário que eu não poderia pagar. Tem alguma coisa errada? Tem que entender que é o ofício dele. Se amanhã você receber uma proposta para trabalhar em outro veículo, vão ficar chateado com você na Globo? A vida é sua. É normal.

 

Saída de Pablo

 

– Isso tem a ver com a situação do clube. Se não dá, paciência. Nenhum jogador é maior que o clube e nunca vai ser. O clube não pode virar refém. O Guerrero era mais jogador e mais útil ao clube? Pergunto eu para você. Não era? Tinha muito mais importância que o Pablo. O Pablo jogou aqui seis meses, pouco mais. Quem tinha mais importância? O Guerrero não foi embora? Saiu porque não chegamos a um equilíbrio financeiro. E por que o Pablo não podia sair? Ele tinha todo direito de exigir o que quisesse. E o clube tinha o direto de falar sim ou não. Falamos não

 

GLOBOESPORTE