Após a denúncia de uma mãe contra um pediatra que foi acusado de cometer abuso sexual contra uma criança de nove anos durante uma consulta, novos casos passaram a surgir, e a Polícia Civil começou a colher depoimentos.

Na tarde dessa quarta-feira, dia 7 de agosto, o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima voltou a ser denunciado sobre a suspeita de abuso sexual contra crianças durante consultas médicas.

Outras três pessoas procuraram a polícia para denunciar o médico, segundo o advogado Bruno Fontes, que representa as vítimas. Entre elas está uma sobrinha de Fernando, Gabriela Cunha Lima, que afirmou que foi vítima do médico há 30 anos, assim como a irmã dela, que também foi ouvida pela polícia.

“Diante do fato do processo tramitar em segredo de Justiça, não podemos passar muitas informações, até para preservar as crianças. O que podemos lhe adiantar, é que até agora já temos três possíveis vítimas, que foram ouvidas na delegacia, e as duas familiares, sobrinhas que remontam o caso”, disse o advogado.

O defensor lamentou ainda a inatividade do CRM em punir o médico, que já foi denunciado por outros casos de possíveis abusos durante consultas. Ele disse que nada foi feito, até o momento, para impedir os crimes cometidos pelo pediatra. 

"Já foi apresentada uma denúncia, um pedido de abertura de sindicância. Esperávamos que diante da gravidade dos fatos apontados e da robustez do depoimento da criança e da mãe, que eles atuam de forma totalmente convergente e que venha validar ainda mais o que foi levantado pela perícia. Esperávamos que no mínimo o CRM tivesse a atitude de suspender as atividades do indiciado. Fatos bem relevantes, tocantes que já foram expostos. Estamos aguardando outras vítimas, que tenham coragem, após essa declaração dessa sobrinho do indiciado tivemos o contato de mais uma mãe que teve sua filha como vítima e estamos aguardando que ela seja ouvida amanhã”, afirmou advogado de acusação.

A sobrinha do pediatra que disse ter sido abusado, Gabriela Cunha Lima, hoje com 41 anos, concedeu entrevita à TV Conrreiro, e falou sobre o crime. Emocionada, e aparentemente revoltada com mais um caso, ela deu detalhes sobre um crime que teria acontecido com ela, quando tinha nove anos, em 1991.

“A gente frequentava a casa dele, veraneava. Em um desses dias, ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Eu lembro que ele tinha voltado para almoçar. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada com saudades do meus pais. Eu fiquei sem entender, porque não lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, todo mundo desceu e ele me chamou no quarto”, relatou.

Veja o vídeo:

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) abriu uma sindicância, ainda a quarta-feira, dia 7, para apurar todas as denúncias e acompanhar as investigações contra o médico. O órgão garantiu que vai verificar o caso da sobrinha, que também denunciou o pediatra. 

“O Conselho pretende agir de forma célere para concluir a apuração, já que há um interesse social relevante, dando o amplo direito de defesa ao acusado”, diz a nota do Conselho.

Blog do Jordan Bezerra | Policial

Com informações de MaisPB