Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Patos, realizada na noite desta terça-feira (20), a vereadora Nadigerlane Rodrigues de Carvalho Almeida Guedes, conhecida como Vereadora Nadir, utilizou a tribuna para fazer um discurso forte e comovente sobre o abandono paterno, destacando dados alarmantes divulgados recentemente pela imprensa paraibana.

Segundo informações veiculadas pelo portal Patos Online, na Paraíba, sete crianças são registradas diariamente sem o nome do pai no registro civil. O dado, extraído dos cartórios do estado, revela uma realidade cruel e silenciosa que atinge centenas de famílias e, sobretudo, crianças.

“É uma tristeza e uma vergonha. Uma criança que sai da maternidade sem o nome do pai no registro já tem diminuído o seu direito, a sua dignidade e o seu respeito”, afirmou a vereadora, em tom emocionado. “Como é que um pai não tem vergonha de não reconhecer um ser que é seu?”, questionou.

Nadir enfatizou que esse abandono reflete diretamente em diversos problemas sociais que afetam a infância e a juventude. “É por isso que vemos crianças e adolescentes nas ruas, entregues às drogas, engravidando precocemente, crescendo sem referência. Porque lhes foi negado o mínimo: o amor e o reconhecimento de quem deveria protegê-las.”

A parlamentar lembrou ainda que está em seu quarto mandato e que, durante todos esses anos, não tem deixado de levantar essa bandeira. “Estamos nesta Casa há 13 anos e vamos continuar cobrando, denunciando e exigindo que se respeite a infância. Porque não existe criança sem pai. Existe criança negligenciada. Existe criança humilhada. Existe criança que foi gerada por alguém irresponsável.”

Durante sua fala, a vereadora também cobrou atitudes das mães que, mesmo conhecendo o genitor, não exigem o reconhecimento de paternidade. “A mãe pode até negligenciar a própria vida, mas não a do filho. Se há dúvida, que se exija um exame de DNA. O que não pode é aceitar o silêncio, a omissão e a injustiça”, declarou.

Nadir concluiu sua fala reafirmando seu compromisso com a infância e com o enfrentamento das desigualdades sociais. “Seguiremos firmes, denunciando e lutando por quem mais precisa. Porque pai que ama, registra. Pai que respeita, reconhece. E nós, enquanto representantes do povo, não podemos nos calar diante dessa triste realidade.”






Assessoria